A distinção Pierre Bourdieu

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Crítica social do julgamento

Sumário

La Distinção de Pierre Bourdieu analisa como as práticas culturais e estéticas refletem as desigualdades sociais. Bourdieu usa os conceitos de “habitus”, “campo” e “capital cultural” para mostrar como o gosto, longe de ser universal, é moldado pela classe social e funciona como um marcador de distinção.

Editorial Editora Zouk
Ano 2006
Páginas 555
Tamanho do arquivo 20.5 MB
Formato PDF

Sinopse

La distinção. Critica social do julgamento (1979) de Pierre Bourdieu é uma análise sociológica que investiga como as práticas culturais e estéticas estão intimamente relacionadas à posição social das pessoas, e como essas diferenças culturais funcionam como uma forma de distinção e reprodução social. O autor argumenta que o gosto não é uma escolha pessoal ou individual, mas sim um reflexo das condições sociais e históricas, determinado por fatores como classe social, educação e origem cultural.

Bourdieu introduz conceitos como habitus, campo e capital cultural para explicar como as preferências estéticas, como o gosto por arte, música, culinária, entre outros, são formadas e mantidas pelas estruturas sociais. O habitus é o conjunto de disposições adquiridas ao longo da vida, influenciado pela classe social e pelas condições materiais de existência, que molda as escolhas e percepções das pessoas. O campo é o espaço social em que as práticas culturais e simbólicas acontecem, e o capital cultural refere-se ao conhecimento, educação e habilidades culturais que uma pessoa acumula ao longo da vida, funcionando como uma forma de poder e status.

O autor argumenta que o gosto serve como um mecanismo de distinção, ou seja, as pessoas de classes mais altas usam suas preferências culturais para se afastar das classes populares e reforçar sua superioridade simbólica. As práticas culturais se tornam, assim, uma forma de exclusão social e um meio de manter as desigualdades, já que o acesso à cultura e à educação é determinado pela classe social.

Em La Distinção, Bourdieu revela como as desigualdades sociais não são apenas econômicas, mas também culturais, e como as escolhas estéticas desempenham um papel fundamental na reprodução das estruturas sociais e na manutenção do poder das classes dominantes.

Índice

  • Introdução
  • Primeira parte. Crítica social do julgamento do gosto
  • 1. Títulos e ascendência de nobreza cultural
    • Títulos de nobreza cultural
    • O efeito do título
    • A disposição estética
    • O gosto puro e o "gosto bárbaro"
    • A "estética" popular
    • O distanciamento estético
    • Uma "estética" antikantiana
    • Estética, ética e estetismo
    • A neutralização e o universo dos possíveis
    • A distância da necessidade
    • O senso estético como senso da distinção
    • Ascendência de nobreza cultural
    • As maneiras e a maneira de adquirir
    • As "doutos" e as "mundanos"
    • A experiência e o saber
    • O mundo de origem
    • O capital herdado e o capital adquirido
    • Os dois mercados
    • Fatores e poderes
  • Segunda parte. A economia das práticas
  • 2. O espaço social e suas transformações
    • Condição de classe e condicionamentos sociais
    • Variáveis e sistemas de variáveis
    • A classe construída
    • Classe social e classe de trajetórias
    • Capital e mercado
    • Um espaço com três dimensões
    • As estratégias de reconversão
    • Classificação, desclassificação, reclassificação
    • Estratégias de reconversão e transformações morfológicas
    • O tempo de compreender
    • Uma geração enganada
    • A luta contra a desclassificação
    • As transformações do sistema escolar
    • As lutas de concorrência e a tradução da estrutura
  • 3. O habitus e o espaço dos estilos de vida
    • A homologia entre os espaços
    • A forma e a substância
    • Três maneiras de se distinguir
    • Sem cerimônia ou falta de educação?
    • O visível e o invisível
    • Os universos de possíveis estilísticos
  • 4. A dinâmica dos campos
    • A correspondência entre a produção dos bens e a produção dos gostos
    • O efeito das homologias
    • As afinidades eletivas
    • As lutas simbólicas
  • Terceira parte. Gostos de classe e estilos de vida
  • 5. O senso da distinção
    • Os modos de apropriação da obra de arte
    • As variantes do gosto dominante
    • A marca do tempo
    • Grandezas temporais e grandezas espirituais
  • 6. A boa vontade cultural
    • Conhecimento e reconhecimento
    • A escola e o autodidata
    • O pendor e a propensão
    • As variantes do gosto pequeno-burguês
    • A pequena burguesia em declínio
    • A pequena burguesia de execução
    • A nova pequena burguesia
    • Do dever ao dever de prazer
  • 7. A escolha do necessário
    • O gosto de necessidade e o princípio de conformidade
    • Os efeitos da dominação
  • 8. Cultura e política
    • Censo e censura
    • Competência e incompetência estatutárias
    • O país legal
    • A opinião pessoal
    • Os modos de produção da opinião
    • Desapossamento e desvio
    • Ordem moral e ordem política
    • Habitus de classe e opiniões políticas
    • A oferta e a demanda de opiniões
    • O espaço político
    • O efeito próprio da trajetória
    • A linguagem política
  • Conclusão. Classes e classificações
    • Estruturas sociais incorporadas
    • Um conhecimento sem conceito
    • Atribuições interesseiras
    • A luta das classificações
    • Realidade da representação e representação da realidade
  • Post-scriptum. Elementos para uma crítica "vulgar" das críticas "puras"
    • A aversão pelo fácil
    • O "gosto pela reflexão" e o "gosto pelos sentidos"
    • Uma relação social denegada
    • Parerga e paralipomena
    • O prazer da leitura
  • Anexo 1. Algumas reflexões sobre o método
  • Anexo 2. Fontes complementares
  • Anexo 3. Os dados estatísticos
    • A pesquisa
    • Outras fontes
  • Anexo 4. Um jogo de sociedade
  • Notas

Extrair

A sociologia encontra-se precisamente no terreno por excelência da negação do social. Não basta combater as evidências primeiras; nem referir o gosto, princípio incriado de qualquer "eração", as condições sociais de que ele é produto, sabendo perfeitamente que todos aqueles que se obstinam a recalcar a evidência da relação entre o gosto e a educação, entre a cultura no sentido de estado do que é culto e a cultura como ação de tornar culto, ficam espantados que se possa despender tanta energia para comprovar cientificamente esta evidência. Ela tem ainda de questionar esta relação que, apenas na aparência, é autoexplicativa; e procurar a razão do paradoxo segundo o qual a relação com o capital escolar permanece também forte nos campos não abrangidos pelo ensino da escola. Isto sem que se possa confiar completamente no que, segundo a arbitragem positivista, é designado como fatos: por trás das relações estatísticas entre o capital escolar ou a origem social e este ou aquele saber ou esta ou aquela maneira de implementá-lo, dissimulam-se nexos entre grupos que mantêm relações diferentes, até mesmo, antagonistas, com a cultura, segundo as condições em que foi adquirido seu capital cultural e segundo os mercados em que este obterá maior lucro. Mas ainda não foram eliminadas as evidências: é a própria questão que deve ser questionada — ou seja, a relação com a cultura que, tacitamente, ela privilegia — a fim de estabelecer se uma modificação do conteúdo e da forma da questão não seria suficiente para determinar uma transformação das relações observadas.

Autor

Pierre Bourdieu (1930-2002) foi um sociólogo francês de renome, amplamente reconhecido por suas contribuições ao entendimento das estruturas sociais e culturais. Nascido em Denguin, no sudoeste da França, Bourdieu estudou na École Normale Supérieure e se formou em filosofia. Ao longo de sua carreira, desenvolveu conceitos fundamentais, como habitus, campo e capital cultural, que revolucionaram a sociologia contemporânea. Seu trabalho explorou a relação entre cultura, educação e desigualdade social, analisando como as práticas culturais e o gosto são influenciados pelas posições sociais e pela distribuição de capital. Seu livro mais famoso, La Distinction (1979), examina como as escolhas culturais servem como um mecanismo de distinção social. Além disso, Bourdieu foi professor no Collège de France e diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales. Sua obra continua a influenciar áreas como sociologia, antropologia e estudos culturais.

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Título do livro A distinção Pierre Bourdieu
Subtítulo do livro Crítica social do julgamento
Autor
Editorial Editora Zouk
Ano 2006
Páginas 555
País Sao Paulo, Brasil
ISBN 9788588840683
Tradutor Daniela Kern & Guilherme. F. Teixeira
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Comentários

  1. ch dice:

    @jose: Gracias por el comentario. Lamentablemente no hay versión en español. Saludos

  2. jose dice:

    Me gusta bastante tu pagina y en esta descarga mi problema es que esta en portugues, no tendras una version en español. Gracias

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